Elas dizem não! Mulheres camponesas e a resistência aos cultivos transgênicos

Elas dizem não! Mulheres camponesas e a resistência aos cultivos transgênicos é o resultado da tese de doutorado de Márcia Maria Tait Lima, defendida na Universidade Estadual de Campinas no ano de 2014.

Este trabalho, que dá seguimento aos estudos da autora sobre as relações entre tecnociência e sociedade, especialmente do ponto de vista ético, nos surpreende desde o primeiro momento, através do título, ao colocar um grito de não! – colocado pela autora como ponto de partida para discutir a “reinvenção da emancipação social”, agora do ponto de vista das mulheres camponesas.

Reflete sobre o significado profundo de uma negação para as próprias mulheres, especialmente mulheres do meio rural latino-americano. Uma mulher dizer não! – não é algo pequeno, como ressalta na Emma Siliprandi – uma das referências mais importantes nos estudos sobre mulheres e agroecologia no Brasil e coordenadora de projeto sobre segurança alimentar na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na América Latina e Caribe – na apresentação escrita para este livro. Quando dito coletivamente, é ainda mais impactante, porque questiona socialmente o que lhes é atribuído como gênero.

O claro intuito da Autora é mostrar a potência do discurso e das práticas das mulheres camponesas no sentido de uma transformação social emancipatória, usando esses exemplos trazidos da realidade, por meio da pesquisa social, para questionar as próprias teorias, que tentam explicar e propor mudanças sociais. Elas são capazes de interpelar a experiência humana no planeta, a partir de uma questão tão básica como é a da produção de sementes para a agricultura.

A forma como a autora concretizou essa proposta na sua pesquisa foi por meio do diálogo dessas mesmas teorias com os “achados” dos trabalhos de campo, feitos no Brasil e na Argentina, em situações de pesquisa participante. A autora não se acanha em fazer um entremeado teórico de diferentes tradições (estudos sociais de ciência e tecnologia, estudos feministas, teorias de movimentos sociais, entre outras), e promover um diálogo com a realidade vivida e a partir do seu próprio ponto de vista – como bem marcado ao longo do texto, situado.

O livro de Márcia Maria Tait Lima, ainda nas palavras de Emma Siliprandi, é um estudo de “envergadura, original” e “totalmente sintonizado com a realidade atual” dos movimentos camponeses de mulheres na América Latina.

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Fonte: Librum Editora, disponível em http://www.librum.com.br/elasdizemnao/info/